quinta-feira, 31 de maio de 2012

MERO VEU

MERO VEU
És mero, viu veu das escamas onde escondeste-me tu. Permeiam teus paladares absortos o relapso senhor dos dias - das tuas camas vazias e das noites pérfidas de luz. Ouve-se teu menestrel arrotar a vida aos coxos ouvidos dos sonhos teus. Sem libido, inibido – rasga-te a carne os verbos, dilaceram teu silêncio divino; e esses, lépidos em sintaxes, em advérbios, calam-te aos beijos, aos louvores perdidos. Necessitas tu imitar os grandes que fiam as palavras imprecisas no tear insano dum eterno desejar? Não és nada, és mero veu, viu veu que outrora deixei-o à estrada - pois bem sabes tu - que mesmo as eras dos tempos - ficam pelo caminho, e do gênio das loucuras à ilustre razão de menino - todos - deitam-se, deleitam-se de minha rasa terra escura. Oh felicidade! És o meu céu, fruta do pecado saboroso dos segundos, rosa dos ventos, lívida sedutora das odisseias. Liberta teu veu - faz mero esse filho do mundo, pois nosso amor jaz eterno. Quiçá um dia, ter-nos-emos feito do mal nosso maior bem fecundo. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012


Os fins e os finados


Desde o início das eras uma questão nunca antes resolvida tem sido comum nas mais diversas civilizações: o fim do mundo. Penso que nunca obteremos uma resposta precisa a respeito desse conflitante pensamento. A prova é que já apelamos para tudo: observações da natureza, dos astros, fizemos uso de feitiços, de magias e adivinhações e então, voltamos para nós mesmos;dessa forma, vários dilemas filosóficos sobre a existência eclodiram e talvez o da contemplação e consciência de Aristóteles que delega grande valor a essas duas colunas da psique humana seja o mais pomposo.


Sem obter a resolução do enigma vida, a equação entre início e fim fica sem saída, e até hoje, buscamos apontar os culpados pela conta imprecisa. Em nossa tentativa de absurdos, nem Deus ficou de fora, e o mais incrível que é justamente quem tenta evidenciá-lo que o condena por tal façanha, ou seja, a religião.

O fim do mundo é um drama tão cativante que muitos ousaram (e ousam) explicar como se dará. Sem dúvida alguma essa eterna investigação por respostas concernentes ao tema já gerou consequências absurdas. A história relata suicídios em massa, holocaustos, ações político-religiosas covardes e ultrajantes entre outras centenas de aberrações.

O estudo de tal fatalidade universal chega a ser um exagero, mas a verdade é que somos apaixonados pelo tema, prova disso é que até a ciência tem se pronunciado a respeito. E como tem cientista profético hoje em dia. Alguns até se vêem como lápides revelando as últimas leis universais sobre a mais poderosa figura que conhecemos, ou seja, o tempo.

Várias obras literárias surgiram sobre o assunto e com certeza o maior posto nesse quesito é da Bíblia. Com seu nostálgico Apocalipse que mostra o panorama do fim, o livro creditado ao apóstolo João narra um final trágico e poético para a vida humana. Se seremos condenados por Deus daquela maneira, tenho minhas dúvidas, mas o sentido de justiça empregado muito me cativa. Não é toa que o Apocalipse é um dos maiores expoentes dessa conflitante tentativa de solucionar ou explicar o final da vida humana e suas atitudes.

A humanidade está tão saturada sobre o tema que é bem provável que você leitor, olhe pela janela e veja (do nada) um asteróide de proporções incalculáveis caindo em chamas rumo ao seu quintal. Eu mesmo já fiz várias versões para o fim e penso que seja a té saudável olhar para o futuro. Pena que alguns pensamentos parecidos fizeram suscitar vários despautérios e figuras insanas durante toda a nossa história. Caro leitor, acredite, o seu asteroide ficaria minúsculo diante das tantas previsões absurdas que já deliberaram antes de nós. Hoje – como sempre – não sabemos que fim teremos e penso que nunca descobriremos. Mas dos inúmeros fins incertos, de certo mesmo é que seremos o que sempre fomos, ou seja, os finados.

domingo, 8 de janeiro de 2012

PARABÉNS LETÍCIA

Esta postagem é para parabenizar minha filha Ana Letícia que hoje faz 14 anos. Tentei de todas as formas passar o dia com ela, mas fui impedido, nem ao menos pude falar-lhe ao telefone espero que ela leia isso um dia e saiba como estou triste por não estar ao seu lado). "Não esqueci de você filha, comprei seus presentes e um bolo, balões, velas, pena que você não pode vir, pois eu te daria o verdadeiro presente: um abraço de pai. Não tem nada não meu amor, um dia os corações se acalmarão e toda raiva passará e não mais nos separarão. Saiba que te amo muito e para sempre te amarei. Você é um anjo em minha vida é a prova de que Deus existe. Papai te ama e jamais se afastará de você mesmo que o mundo venha criar barreiras cruéis. Seja forte e não esqueça do meu amor que você bem sabe que é verdadeiro. Parabéns pelo seu dia e muito obrigado pelo presente eterno que você me deu: mostrou que existe em mim carinho e ternura". Eu te amo filha, eu te amo. Assina: Teu pai.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Felicidade vital

"Eis que eu vim à vida pela porta da frente alforriar a alegria que fora trancafiada dentro de ti; e - sem medos ou segredos - trazer-lhe o riso que há em mim. Sejas tu faminto ou não pela felicidade, essa moça montada em seu cavalo branco imponente, dever-lhe-á conquistar. Agarra-lhe (a felicidade) pelos cabelos e exija seu algo mais; pois rir, ser feliz, gozar profundamente a vida é de longe o tudo de mais belo e verdadeiro nas coisas que o ser humano é capaz".

sábado, 26 de novembro de 2011

QUEM ÉS TU?

Que levou o fôlego meu;
E fez o reencontro de mim?
E ainda assim... Perco-me vagando em ti;
Doce face do acaso ilusão...
Da minha ilusão do sim!
Quem és tu?
Que faz estremecer meu corpo,
E abrasar os pequenos lumes;
Tornando-lhes chamas sem fim?
Quem és tu?
Que arrebatou meu olhar;
Tornou-se rainha dos acasos (dos meus acasos)...
Apregoando a eterna fidúcia minha: - és linda!
Grita no silêncio o coração a sonhar.
Quem és tu?
Que arrogas indagações em minha’lma?
E como terra alva - invadida,
Demarca os espaços em mim?
Dona do onde, diz-me: como não te amar?
Quem és tu?
Que com doçura violenta,
E sem armas fatais;
Deixou-me tão carente de carinho...
Ah! Face do algo mais...
Rosto do meu tudo:
Eis aqui mais um homem...
Vítima tua... Desnudo!
Quem és tu?
Que o vento das paixões fez soprar sementes
Que caíram em solo – outrora – infértil,
Germinando rosas flores na esperança?
Não... Eu não sei falar...
Que falem as pétalas... Elas estão lá.
Quem és tu?
Que tingiu meus desejos com cores quentes...
E me entregou ao intocável carinho teu?
Carinho... Doce carinho que não é meu.
Quem és tu?
Que inocentemente veio ao meu espírito;
Encheu-me de sonhos e desejos...
E sem planejar me enlouqueceu?
Meu Deus! Não sei quem é ela...
Mulher tão bela que me fez ver...
Tudo aquilo o que sou eu.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Pai das Fábulas

Era uma vez... Um escravo que se tornou um excelente escritor sem nunca ter escrito uma linha; mesmo com suas dificuldades físicas e vocais passou a contar histórias lindas envolvendo bichos da natureza, objetos e diversos outros tipos inanimados. Sua imaginação era sem igual, fabulosa, fazia sua narrativa baseada em fatos do cotidiano, mesclava elementos reais e fantasiosos numa ótica bem peculiar, dessa forma, o escravo dava lições de vida do mais humilde ao mais poderoso de seu tempo. Foi tão excelente que encantou a muitos, inclusive a um rei muito importante que soube também reconhecer o grande e incomparável talento. Sua fascinante maneira de contar histórias perpassou os séculos e mesmo sem nada está escrito em papéis, chegou até nós... E suas histórias foram felizes para sempre.

Não amigos, isso que acabei de escrever acima - embora pareça - não é uma lenda, é real. Trata-se de Esopo. O gênio da fábula viveu no século VI antes de Cristo na grécia, para muitos é considerado o pai da fábula. Sua maneira linda de unir vida e fantasia transformou a forma de contar histórias, pois ele converteu seus "textos" orais em verdadeiras lições filosóficas (diferenciadas); isso fez com que marcasse para sempre sua existência. Recomendo que os amigos procurem saber mais sobre ele, pois o escravo grego aqui citado é fonte de inspiração de diversos autores famosos, como por exemplo La Fontaine que recriou uma de suas fábulas chamando de A Cigarra e as Formigas. Vale mesmo a pena, quem quiser conhecê-lo melhor é só clicar aqui. Para mim Esopo é a prova de que a palavra tem força, vejam que suas histórias faladas foram tão marcantes que passaram de geração em geração. Abraço e espero que adotem ele como eu fiz.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Dica da Semana: Novo Blog de Artes


E ai amigos, hoje tem novidade para aqueles que escrevem (que também é uma arte) e admiram as mais diversas faces da Arte. Acabei de criar um Blog para privilegiar os artistas internacionais e principalmente nacionais. Chama-se Bruxo Surreal. Espero que gostem desse nosso mais novo espaço. Todos sejam bem-vindos.