quinta-feira, 3 de maio de 2012


Os fins e os finados


Desde o início das eras uma questão nunca antes resolvida tem sido comum nas mais diversas civilizações: o fim do mundo. Penso que nunca obteremos uma resposta precisa a respeito desse conflitante pensamento. A prova é que já apelamos para tudo: observações da natureza, dos astros, fizemos uso de feitiços, de magias e adivinhações e então, voltamos para nós mesmos;dessa forma, vários dilemas filosóficos sobre a existência eclodiram e talvez o da contemplação e consciência de Aristóteles que delega grande valor a essas duas colunas da psique humana seja o mais pomposo.


Sem obter a resolução do enigma vida, a equação entre início e fim fica sem saída, e até hoje, buscamos apontar os culpados pela conta imprecisa. Em nossa tentativa de absurdos, nem Deus ficou de fora, e o mais incrível que é justamente quem tenta evidenciá-lo que o condena por tal façanha, ou seja, a religião.

O fim do mundo é um drama tão cativante que muitos ousaram (e ousam) explicar como se dará. Sem dúvida alguma essa eterna investigação por respostas concernentes ao tema já gerou consequências absurdas. A história relata suicídios em massa, holocaustos, ações político-religiosas covardes e ultrajantes entre outras centenas de aberrações.

O estudo de tal fatalidade universal chega a ser um exagero, mas a verdade é que somos apaixonados pelo tema, prova disso é que até a ciência tem se pronunciado a respeito. E como tem cientista profético hoje em dia. Alguns até se vêem como lápides revelando as últimas leis universais sobre a mais poderosa figura que conhecemos, ou seja, o tempo.

Várias obras literárias surgiram sobre o assunto e com certeza o maior posto nesse quesito é da Bíblia. Com seu nostálgico Apocalipse que mostra o panorama do fim, o livro creditado ao apóstolo João narra um final trágico e poético para a vida humana. Se seremos condenados por Deus daquela maneira, tenho minhas dúvidas, mas o sentido de justiça empregado muito me cativa. Não é toa que o Apocalipse é um dos maiores expoentes dessa conflitante tentativa de solucionar ou explicar o final da vida humana e suas atitudes.

A humanidade está tão saturada sobre o tema que é bem provável que você leitor, olhe pela janela e veja (do nada) um asteróide de proporções incalculáveis caindo em chamas rumo ao seu quintal. Eu mesmo já fiz várias versões para o fim e penso que seja a té saudável olhar para o futuro. Pena que alguns pensamentos parecidos fizeram suscitar vários despautérios e figuras insanas durante toda a nossa história. Caro leitor, acredite, o seu asteroide ficaria minúsculo diante das tantas previsões absurdas que já deliberaram antes de nós. Hoje – como sempre – não sabemos que fim teremos e penso que nunca descobriremos. Mas dos inúmeros fins incertos, de certo mesmo é que seremos o que sempre fomos, ou seja, os finados.

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